sábado, 22 de novembro de 2008

Anchieta na televisão

Hoje, no telejornal "RJ Record", foi veiculada uma matéria sobre nosso bairro. Assunto: violência.
Vários casos de assaltos foram mostrados, como o ocorrido no supermercado Multi Market, e o recente crime ocorrido no Centro Educacional São Jerônimo, perto do Ás de Ouro.
Os entrevistados falaram sobre quadrilhas que atuam na área, os roubos de carros, assaltos, etc. E qual foi a resposta das autoridades? Não há viatura suficientes para policiar a área.
Pois é... a eleição foi mês passado, então como conseguiram o resultado esperado (ganhando ou perdendo), estão pouco se lixando para nosso bairro.
Eu queria ficar quieto, mas é difícil. O objetivo desse blog é falar sobre o nosso bairro e o que ocorre nele, de bom e de ruim. Mas ultimamente a gente só vê Anchieta nas páginas policiais.
O presidente da ALERJ, Jorge Picciani, vem buscar votos aqui. Aliás, ele era daqui. Nosso bairro deveria ser um modelo, já que ele é uma das figuras políticas mais poderosas do estado. Na última eleição, elegemos 2 representantes na Câmara Municipal, Prof. Uoston e Ivanir de Mello, que inclusive já foram vereadores em outras oportunidades. Sérgio Cabral e Eduardo Paes vieram aqui e prometeram de tudo, igual ao Cesar Maia, há alguns anos atrás.
Mas aqui ainda falta tudo.
O esgoto a céu aberto na Vila São Sebastião (o famoso Tatão, na Rua Araújo Rozo); a escuridão do campo do Ás de Ouro, que facilita a prática de crimes; o abandono da área central do bairro, com inúmeros terrenos baldios que servem como depósito de lixo na Estrada Marechal Alencastro; a enchente crônica na Estrada do Engenho Novo; os constantes assaltos no entorno da Praça Granito; a falta de transportes para quem mora na parte mais alta do bairro, na região da Caixa D'Água, Parque Esperança e AMONPA; o "quejo-suíço" que é a Rua Tenente Lassance; a rua General Augusto Sisson que já é um tradicional ponto de "desova" de carros roubados; a total desordem na Avenida Antonio Sebastião de Santana; a falta de policiamento no entorno da Lona Cultural; os "pegas" nas ruas Alcobaça e Javatá; o abandono da área no entorno da Via Light...
É tanto problema, que eu ficaria aqui a noite toda falando.
Alguém vai falar "Mas recentemente foi construída a FAETEC em Ricardo, e agora temos a UPA 24 horas". Depois de quanto tempo? Não fizeram mais do que a obrigação, são eleitos e seus (altos) salários são pagos pelo povo para isso mesmo. A FAETEC até oferece um ensino bom, mas e a UPA que não tem médico nem remédio? Não é boato, ninguém me falou, eu fui lá e constatei.
Mas como fica Anchieta? Temos que sair do bairro pra termos atendimento? Anchieta, de acordo com dados da Prefeitura, tem 53.808 habitantes, e o Parque Anchieta, 27.092 habitantes. Isso em 2000, hoje este número com certeza é maior. Somando tudo, dá mais de 80 mil pessoas que convivem diariamente com o descaso e abandono.
Com apenas 1 banco, 1 posto de saúde e 2 escolas de ensino médio, sem delegacia, hospital público, teatro, cinema, biblioteca, faculdade, corpo de bombeiros, servidos por apenas 3 linhas de ônibus com ponto no bairro (as outras apenas passam por aqui), somos um dos bairros com pior infra-estrutura da cidade. É uma população enorme que está jogada à própria sorte.
As iniciativas que temos no bairro não partem do poder público, e sim da ação corajosa e solidária de moradores, igrejas e outras instituições.
Eu canso de entrar em contato, mas não tenho resposta das autoridades. Chegamos ao cúmulo de ter uma administradora regional que nem morava no bairro, não conhecia nossas ruas e muito menos a nossa história.
Fico triste e revoltado de ver um lugar que poderia ter seu potencial aproveitado sendo desperdiçado desta forma. Mas estou fazendo meu papel de cidadão, pois vejo o que há de errado e denuncio, protesto, cobro providências. E isso não cabe somente a mim, mas a todos nós, moradores do Parque Esperança, Final Feliz, Beira Rio, Vila Alvorada, Mariópolis, AMONPA, de todas as comunidades e localidades que fazem parte da nossa querida Anchieta, que mesmo abandonada, ainda é um local razoável pra se viver, se comparando com outros locais da cidade. E pedimos a Deus pra que nosso bairro não chegue a um nível pior, pois acreditem, ele existe e pode acontecer...
Fica registrado o meu protesto e desabafo, pois não agüento mais ver o bairro onde moro abandonado, e o seu povo sendo enganado por políticos totalmente descompromissados e alheios às vontades populares.