segunda-feira, 1 de março de 2010

Zona Norte do Rio: Supermercado em Mariópolis já teve 40 assaltos



No rol de brasileiros que não desistem nunca deveria constar, com destaque, o casal Tesch, dono do Supermercado Robéli, em Mariópolis, na Zona Norte, que na noite de sábado foi assaltado — eles estimam — pela 40ª vez em sete anos. Os Tesch já passaram pelas mais inusitadas situações: sofreram dois assaltos num dia, ouviram bandido pedindo “carne de primeira para o aniversário do patrão” e até flagraram o assaltante jogando fliperama no bairro vizinho com o dinheiro que acabara de sair do seu bolso.
A diferença no últilmo assalto é que foi o primeiro em que a polícia chegou a tempo e prendeu um dos três assaltantes, após uma troca de tiros que deixou marcas no estabelecimento e na memória dos fregueses, que já até brincam dizendo que o Supermercado Robeli tem um nome, digamos, sugestivo.
— A intenção era unir o meu nome e o da minha mulher, mas os fregueses brincam. Virou marketing — brinca José Roberto Tesch, de 48 anos, casado com Eliana Cardoso de Freitas Tesch, de 47.
Tiros pelas paredes
O bandido preso, Virgílio de Lima Almeida, de 21 anos, é de Nova Iguaçu, mas as investigações não apontaram de onde era sua quadrilha. Ele estava com um revólver 38 e seus dois comparsas fugiram. Virgílio ainda tentou se esconder no supermercado — que fica na Rua Itajobi, a cerca de 500 metros de um trailer da PM — e trocou tiros com a polícia. Na parede do local havia cerca de dez tiros.
Até câmera roubada
O casal chegou a fazer o registro das primeiras dez ocorrências. Diante da inércia da polícia, resolveram comprar um sistema de câmeras — que flagrou não só os rostos dos bandidos como uma coronhada levada por Roberto. Tudo em vão.
— De repente, parecia que colecionávamos fita. Até que, certo dia, um bandido que havia nos assaltado voltou depois de um mês para pedir a gravação. Acabou levando todo o sistema — conta Eliana.
O casal também já tentou contratar seguranças. Mas ele acabou sendo rendido, junto de outros fregueses e funcionários, e pediu demissão.
— Uma vez, liguei para a polícia e falei que havia uma funcionária refém. Só chegaram meia hora depois. A todo momento temos algum funcionário pedindo demissão — conta Roberto.

Fonte: Extra